Olá, amores!
Um novo estudo realizado pela Brunch e YOUPIX mostrou que 3 em cada 4 (73,72%) influenciadores digitais buscam um agente ou agência como representante comercial. Embora seja o desejo da maior parte, esta ainda não é a realidade da maioria, já que a mesma pesquisa revela que 74,25% não possui agenciamento na carreira. Um creator anônimo, respondente do levantamento, ressalta o papel de um empresário na carreira digital.
“Ter uma agência que de fato entende do mercado foi uma virada de chave para mim. Não só nas negociações, volume de jobs, e volume de R$, mas também na segurança de ter alguém que sabe o que está fazendo, me representando e falando por mim”, disse. Segundo Fabio Gonçalves, diretor de talentos internacionais da Viral Nation, o agenciamento é fundamental para o crescimento e profissionalização da carreira do influenciador: “Ter um agente que entende o mercado não só facilita negociações e amplia o volume de oportunidades, mas também oferece segurança e a confiança de estar sendo bem representado em um cenário tão dinâmico. Além disso, a agência auxilia na proteção do influenciador, os blindando de contratos maléficos e marcas que agem de má fé. Nosso papel é justamente defender seus interesses e fazer com que o trabalho deles não seja subvalorizado”.
Essa representação não se define por um modelo único, existem algumas vertentes conforme a mesma pesquisa evidencia. De acordo com ela, em 57,89% dos acordos a agência ou agente tem exclusividade para negociar trabalhos no nome do influenciador, enquanto em 42,11% dos casos várias agências podem ofertar o perfil do criador de conteúdo no mercado.
De acordo com Fabio, a escolha entre exclusividade e não exclusividade na representação comercial dos influenciadores traz tanto vantagens quanto desafios: “Com exclusividade, o criador de conteúdo ganha uma visão integrada do negócio e a confiança de ter um parceiro estratégico no comando das negociações. No entanto, isso pode gerar uma dependência da agência para a tomada de decisões importantes. Já sem exclusividade, o influenciador se beneficia de múltiplos canais de venda e diversas vitrines para expor seu trabalho, mas perde o controle sobre como sua imagem é apresentada no mercado”.
O modelo de negócios das agências com os influenciadores também foi mostrado na pesquisa. Cerca de 9 em cada 10 criadores (90,53%) remuneram seus agentes apenas com a comissão dos acordos, enquanto 8,42% paga um valor fixo mensal pelo serviço mais um percentual por trabalho fechado. Apenas 1% paga um valor fixo por mês independente do faturamento.
Esses percentuais podem variar bastante de acordo com os negócios fechados. Conforme a pesquisa, 36,04% dos influenciadores pagam menos de 5% de comissão ou nem pagam a empresa pelo negócio fechado. Por outro lado, 26,3% destes creators pagam entre 16% e 20% de comissão e 17% paga entre 21% e 30% de percentual, um número bem elevado para os padrões do mercado. Especialista do mercado de marketing de influência, Fabio explica que essas variações ocorrem devido ao tipo de contrato e ao valor das negociações.
“Quando o faturamento é baixo, os percentuais podem ser menores, ou até inexistir, já que as comissões são baseadas no sucesso das negociações. No entanto, quando os acordos são maiores ou mais complexos, as comissões podem ser mais altas, refletindo o valor e o esforço envolvidos na negociação e na representação do influenciador”, conta.
Letícia Gomes, influenciadora que viralizou na internet por conta das suas transformações usando apenas maquiagem, é uma das agenciadas de Fabio na empresa canadense Viral Nation. Segundo ela, o representante foi crucial para a guinada da sua carreira digital: “Ele trouxe a confiança necessária para lidar com grandes negociações e ajudou a abrir portas que eu nem imaginava. Com um profissional que entende o mercado, pude focar no meu conteúdo, enquanto ele cuidava de todo o lado comercial. Hoje, minha carreira tem uma dimensão muito maior, e sou grata por ter alguém tão capacitado me representando."
METODOLOGIA
A pesquisa, realizada pela agência Brunch e pela consultoria YOUPIX, contou com 369 respostas válidas de criadores de todo o país, em um questionário realizado do dia 13 de agosto até 23 de setembro.