16 de outubro de 2025

De posts a movimentos: a nova era dos influenciadores estratégicos

 


Ao longo da minha trajetória, percebi que muita gente ainda enxerga influenciadores como simples canais de mídia: paga-se por um post, corta-se o cheque, espera o alcance e pronto. Mas esse modelo está obsoleto. Hoje, os influenciadores não fazem mais posts, eles criam movimentos. E movimentos nascem da colaboração real, da cocriação autêntica e estratégica.


  1. O diagnóstico do mercado: ainda presos ao velho modelo
    Não é incomum que marcas tratem creators como executores de um roteiro inflexível. Segundo o Censo dos Criadores de Conteúdo do Brasil (2025)41% dos creators relatam que não têm liberdade criativa nas parcerias, ou só a exercem em alguns projetos. Apenas 59% afirmam ter alguma liberdade em campanhas.

    Isso revela que, apesar do discurso empoderador, muitas marcas seguem cegas ao valor da autenticidade e isso drena impacto e fidelidade.

  2. Por que cocriação importa, além do “simples post”
    Cocriação não é anarquia, nem ausência de briefing, mas uma estratégia colaborativa com propósito. Trata-se de:

    • Trazer o creator para a mesa desde o início, como cocriador, não apenas executor.

    • Construir movimentos autênticos, não apenas engajamento instantâneo.

    • Gerar valor de longo prazo, e não curtidas passageiras.


Marcas que têm investido nisso colhem resultados reais.


Exemplos inspiradores com creators no Brasil que traduzem bem a cocriação estratégica:


  1. Club Social + Trope: formando creators desde a raiz

A marca Club Social, em parceria com a Trope, criou uma iniciativa voltada à profissionalização de novos talentos da creator economy. O projeto selecionou influenciadores ligados à cultura urbana e os apoiou desde o início da carreira, fomentando uma relação autêntica e geradora de valor para o nicho e não apenas publicidade pontual.


Meu olhar: Esse é um exemplo de cocriação que começa do zero, desenvolvendo creators e, ao mesmo tempo, posicionando a marca como catalisadora de transformação cultural.


  1. iFood + Instituto Kondzilla: cocriando com propósito

O iFood fez uma parceria com o Instituto Kondzilla para lançar a “Escola de Criadores”, um programa de capacitação voltado para jovens periféricos que desejam trabalhar com criação de conteúdo. Além de oferecer bolsa-auxílio, o projeto traduz o compromisso do iFood com impacto social e com o fortalecimento da economia criativa local.


Meu olhar: Não é só marketing, é transformação. Esse tipo de cocriação alinha marca, creator e sociedade.


  1. Bubbaloo (Mondelez) + creators: cocriar gera insights reais

A Mondelez, com sua marca Bubbaloo, organizou dinâmicas presenciais com creators para extrair insights sobre a Geração Z e construir estratégias comerciais mais alinhadas às suas percepções e comportamentos. Um caso claro de como creators não são meros canais, mas protagonistas no desenvolvimento de soluções.


Meu olhar: Colocar creators na mesa de estratégia é abrir mão de controle rígido e ganhar relevância no plano de ideias.


  1. Reserva + Marcela ABC: moda com essência

A Reserva lançou uma coleção de verão com a influenciadora Marcela ABC, e a campanha gerou 1,8 milhão de visualizações e aumento de 65% nas vendas.


Meu olhar: Aqui há sintonia entre look e linguagem do creator. O resultado sai do trivial e se conecta genuinamente com o público.


  1. C&A + Gabi Mello: moda sustentável com voz autêntica

A parceria colocou Gabi Mello no protagonismo de uma coleção sustentável, gerando 3,2 milhões de impressões e 42% mais engajamento que a média do setor.


Meu olhar: Alinhar valores (como sustentabilidade) com creators que realmente falam a mesma linguagem fortalece a marca no longo prazo.


  1. Renner + Bruna Venturini: e-commerce com relevância

Para lançar seu e-commerce, a Renner contou com Bruna Venturini para uma ação integrada entre Instagram e TikTok, resultando em aumento de 78% no tráfego do site.


Meu olhar: Um case que combina canais certos, formato certo e creator certo e entrega mais do que visibilidade: traz conversão.



  1. O que tudo isso tem a ver com o manifesto da Mantra

No manifesto da Mantra está a essência de tudo isso que trago:
“Na Mantra, não acreditamos em campanhas de um único momento. Cocriação com creators é sobre criar algo que vai durar e gerar valor a longo prazo. Não estamos interessados em um ‘simples post’. Estamos aqui para criar movimentos.”


Esse é o ponto central do meu olhar: cocriação não é apenas boa estratégia, é um movimento profundo que reconfigura a relação entre marca e audiência.


  1. Como isso se aplica no dia a dia da Mantra — minha visão


Diagnóstico e estratégia conjunta

Ao iniciar um projeto, eu converso com o creator como parte do time. Que problemas reais estamos resolvendo? Que narrativa queremos construir? Qual formato ressoa com sua comunidade?


Liberdade criativa com propósito

O briefing existe — claro —, mas surge como ponto de partida: metas, público e valores centrais. E aí deixamos os creators trabalhar sua linguagem, testar, cocriar.


Construção de movimentos, não posts

Em vez de sequência de publicações, planejamos ciclos de conteúdo — lives, séries, colabs — que criem construção de significado, pertencimento e continuidade.


Métricas além das vaidades

Mais do que curtidas, focamos em engajamento qualitativo, awareness, conversão e advocacy. Como a comunidade fala da marca?


Acompanhamento em tempo real

Cocriação é dinâmica: monitoramos, ajustamos com o criador, aprendemos e implementamos juntos.


  1. Conectando com autenticidade

Como profissional, sei o quanto a cocriação exige coragem, sair da zona de conforto é difícil. Mas acredito que as marcas que resistem a esse passo ficam perdidas em um cenário que já privilegiou o “pago, posta, some”.


Se você sente o mesmo, a Mantra está pronta para cocriar movimentos, não apenas materiais de mídia.


Estou aqui para te provocar: 

Você está criando junto ou apenas pagando? 

A partir do meu olhar, dizer que somos especialistas em cocriar não é slogan, é caminho. Vamos juntos parar de pensar em influenciadores como mídia e começar a pensar em influenciadores como cocriadores de valor, marca e legado.


E então, o que aprendemos?

Cocriação estratégica exige:

  • Confiança nos creators

  • Liberdade alinhada com propósito

  • Intenção em gerar valor, não só conteúdo

  • Escolha de parceiros cuja linguagem e valores façam sentido com a marca


São esses os movimentos que constroem legados e esse é o olhar que quero trazer para esse artigo.


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Rodrigo Dubois é CEO da Agência Mantra, onde lidera projetos que unem criatividade e estratégia para impulsionar marcas no ambiente digital. Com mais de uma década de experiência em marketing e desenvolvimento de negócios, ajuda empresas a alcançarem seus objetivos através de soluções personalizadas e inovadoras.

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