Em mostra de repertório inédita em São Paulo, a artista revisita e
materializa sua inquietude criativa entre corpo, memória e natureza
Fotos: Divulgação
Ao completar 25 anos de trajetória, Juliana Notari reafirma sua posição como uma das principais vozes da marionete contemporânea no Brasil e no exterior. Com uma carreira marcada por extensa pesquisa, experimentação e criação, Notari apresenta uma programação especial que inclui os espetáculos Habitada (26 de novembro), a estreia de Rio Rugas (3 de dezembro), e Diálogo (10 de dezembro) - obras que revelam diferentes facetas de seu trabalho poético e político com a marionete.
Referência internacional, Notari construiu sua carreira a partir de uma intensa pesquisa artística sobre o corpo e o envelhecimento, ocupando palcos, festivais e residências em países como França, Itália, Espanha, Inglaterra, Canadá, Argentina, Bolívia, México, Coreia do Sul e em diversas regiões do Brasil. Formada em Artes Cênicas pela UNESP e com sete anos de residência em território francês, recebeu premiações e consolidou projetos que redimensionam o sentido da marionete contemporânea.
Para celebrar seus 25 anos de trajetória em 2025, Juliana Notari realiza uma sequência inédita de apresentações que evidenciam diferentes fases de sua trajetória. Em Habitada, o corpo é explorado entre suas múltiplas entidades e memórias, dando voz ao feminino para além de convencionalismos. Já em Diálogo, o palco acolhe o ancião artista - inspirado em Naná Vasconcelos - que resiste pela música e pelo encontro genuíno. O novo espetáculo, Rio Rugas, surge como desdobramento da pesquisa artística sobre arte e envelhecimento, incorporando a metáfora das rugas como afluentes de um rio, celebrando as marcas e fluxos do tempo.
Pesquisa, memória e experimentação são pilares que marcam a obra de Juliana Notari. Ao longo de 15 anos de investigação sobre a velhice, a artista transformou o convívio e as experiências em casas de repouso na França em dramaturgias singulares, propiciando ao teatro de marionetes um novo olhar sobre o corpo, o cotidiano e os atravessamentos do tempo. No espetáculo Rio Rugas, as marionetes são criadas com matérias orgânicas e naturais — folhas, sementes, couros, roupas antigas — compondo metáforas vivas da passagem dos anos.
A trilha sonora será executada ao vivo na estreia,
com a cantora, compositora e instrumentista Ceumar
Para a estreia de Rio Rugas, a marionetista convida a compositora mineira Ceumar, que assina sua primeira trilha sonora para teatro e se apresenta ao vivo. O projeto musical traz sonoridades que se entrelaçam ao universo performativo e poético do espetáculo, potencializando o diálogo entre corpo, gesto e som.
A mostra de repertório reafirma Juliana Notari como referência no teatro de marionetes contemporâneo e na pesquisa artística sobre envelhecimento, corpo e memória, celebrando um percurso de resistência, renovação e invenção.
A programação inclui ainda o curso A arte das marionetes: caminhos, pontes e encruzilhadas (11 a 25/11), a imersão artística No Rio Rugas (18/11 a 11/12) e a mesa de debate A dramaturgia cinética no teatro de marionetes (06/12). Mais informações em (@junotari) e (@ctpsesc).
SOBRE JULIANA NOTARI
Juliana Notari (@junotari) é artista, marionetista, diretora, dramaturga e educadora teatral. Pesquisa e experimenta as artes da marionete há mais de 25 anos, dedicando-se à marionete contemporânea e à etnografia da matéria e do movimento. Graduada em Artes Cênicas pela UNESP, foi bolsista do Institut International de la Marionnette (França) e recebeu o Prêmio de Melhor Experimentação no Festival de Praga (2010).
Fundadora da Sociedade Insólita para Marionete Contemporânea, Juliana já se apresentou em mais de 20 países e coordenou, entre 2014 e 2020, o Condomínio Cultural em São Paulo. Em 2021–2022, realizou o projeto 20 anos de Marionete Livre — Festa e Manifesto, contemplado pelo edital Rumos Itaú Cultural, que resultou no curta Coágulo e no livro Pedagogia da Marionete Livre.
Em 2024, estreou Diálogo no Itaú Cultural; em 2025, foi selecionada para residência no Pôle International de la Marionnette (Charleville-Mézières, França), onde desenvolve seu segundo livro — O transe, a transa e a trama entre a marionete e a música.
SOBRE CEUMAR
Cantora, compositora e instrumentista do sul de Minas Gerais, Ceumar (@ceumar_cantora) celebra 35 anos de carreira dedicados à música brasileira. Com oito álbuns lançados, a artista construiu uma trajetória marcada pela delicadeza, pela força interpretativa e pela fusão entre tradição e contemporaneidade.
Radicada em São Paulo desde 1995, lançou seu primeiro álbum, Dindinha (1999), produzido por Zeca Baleiro, e desde então vem trilhando um caminho autoral e colaborativo no Brasil e no exterior. Com passagens por países como Holanda, Alemanha e Bélgica, lançou trabalhos como Silencia (2014), Viola Perfumosa (2018) e Espiral (2019). Em 2024, comemorou 35 anos de carreira com uma turnê nacional.
SERVIÇO
Mostra de Repertório - Juliana Notari: 25 anos de Marionete Livre
CPT — Centro de Pesquisa Teatral do Sesc São Paulo (Unidade Consolação)
Espetáculos - Teatro de Marionetes
26/11 — Habitada | quarta, 20h
03/12 — Rio Rugas | quarta, 18h e 20h
10/12 — Diálogo | quarta, 20h
Ingressos: R$ 15,00 | R$ 25,00 | R$ 50,00
Endereço: R. Dr. Vila Nova, 245 - Vila Buarque, São Paulo - SP
Informações: @cptsesc
