4 de setembro de 2025

Couro do futuro? Conheça 4 segmentos que podem utilizar biotecido como solução sustentável e exclusiva

 


 

Bolsa produzida a partir do biotecido de micélio. Crédito imagem: Divulgação/Muush


 

O mercado global de couro de origem biológica deve crescer de US$ 139,2 milhões em 2024 para US$ 394,9 milhões até 2032, em um CAGR de 13,9% durante o período de previsão, segundo o estudo da Fortune Business Insights. Esse movimento reflete a transição e o crescimento do setor, impulsionados pela demanda por soluções sustentáveis nas indústrias da moda, automotiva e de estofados. No Brasil, uma das iniciativas que acompanha esse movimento é a da Muush, startup de biotecnologia 100% brasileira, que desenvolve tecidos biodegradáveis a partir de resíduos agroindustriais.

 

“O biotecido representa uma virada de chave na forma como produzimos e consumimos. Ele alia estética, durabilidade e responsabilidade ambiental, porque reduz até 95% nas emissões de CO2 equivalente em comparação ao couro animal, além de uma pegada hídrica 99% menor. Ele oferece uma solução inovadora para segmentos que, historicamente, dependem de materiais poluentes e consumidores intensivos de recursos naturais”, aponta Antonio Carlos de Francisco, CEO da Muush.

 

Diante desse cenário, o CEO da Muush destaca quatro segmentos nos quais o material pode trazer benefícios significativos:

 

1. Moda e vestuário

A indústria da moda é uma das principais responsáveis pelo uso de couro e sintéticos derivados do petróleo. Segundo a ONU, a indústria da moda é responsável por cerca de 2 a 8% das emissões globais de gases de efeito estufa. Além disso, cerca de 500 mil toneladas de microfibras sintéticas são despejadas nos oceanos anualmente, de acordo com a Fundação Ellen MacArthur. O biotecido é uma alternativa que pode ser aplicado na confecção de roupas, calçados, bolsas, carteiras e cintos. Além de biodegradável, ele possui baixa pegada hídrica e pode ser moldado em texturas variadas, unindo design e consciência.

 

2. Mobiliário e design de interiores

O setor moveleiro, sobretudo o mercado de luxo, vem se reinventando para atender às demandas por sustentabilidade. Ao incorporar o material em estofados de sofás e cadeiras, é possível criar peças resistentes, 100% biodegradáveis e com design moderno e autoral, que combinam sofisticação e compromisso ambiental. Essa inovação contribui para a redução do uso de plásticos e madeiras de origem fóssil, promovendo ciclos produtivos de baixo impacto e elegantes.

 

3. Indústria automotiva

Em meio à evolução do setor, que cada vez mais aposta em carros elétricos e híbridos e busca reduzir seu impacto ambiental, o biotecido é uma aposta leve, moldável e sustentável para painéis, forros e revestimentos internos dos veículos. Sua aplicação ajuda a diminuir o peso dos automóveis, aumentando a eficiência energética, enquanto substitui materiais sintéticos não renováveis.

 

4. Biojoias

O biotecido também conquista espaço também no universo das biojoias, oferecendo uma textura sofisticada e um visual exclusivo que atendem à demanda por produtos ecológicos. Designers têm a oportunidade de explorar as características únicas desse material para criar peças leves, inovadoras e de alto valor estético, que aliam estilo e responsabilidade ambiental. Essa tendência reflete o comportamento do consumidor contemporâneo, cada vez mais atento ao impacto das suas escolhas.
 

“À medida que a crise climática pressiona cadeias produtivas e consumidores a repensarem seus impactos, o biotecido se destaca como uma escolha viável, estratégica e necessária. A meta, agora, é ampliar a adoção em larga escala e acelerar a transição para uma economia mais circular e regenerativa”, reforça o CEO.


 

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